Pr. Rilson MotaPr. Rilson Mota

O Sermão da Montanha em Mateus 5-7: Princípios para uma Vida Significativa

O Sermão da Montanha, como é conhecido o conjunto de ensinamentos de Jesus registrados nos capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus, se destaca como uma espécie de manifesto do Reino de Deus. Nestes três breves capítulos, encontramos uma nova proposta de vida que subverte a lógica do mundo e nos convida a experimentar a verdadeira felicidade.

As bem-aventuranças (Mt 5:1-12) são a porta de entrada para essa nova realidade. Nelas, Jesus declara que os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores e os perseguidos por causa da justiça são bem-aventurados, pois possuem um lugar privilegiado no Reino dos céus. São justamente aqueles que, aos olhos do mundo, são considerados perdedores, os que mais sofrem ou são deixados de lado, que estão no centro da nova ordem estabelecida por Deus.

Após as bem-aventuranças, Jesus faz uma declaração impactante sobre a identidade de seus seguidores: eles são o “sal da terra” e a “luz do mundo” (Mt 5:13-16). Como sal, eles devem preservar o mundo da corrupção e dar-lhe sabor; como luz, devem brilhar em meio às trevas, apontando para Deus. Esta missão implica uma responsabilidade séria e um alto padrão de conduta.

O sermão segue com Jesus abordando a Lei Mosaica, a oração, o jejum, o acúmulo de tesouros na terra e o julgamento do próximo. Cada um desses temas recebe uma nova interpretação à luz do Reino. Jesus não nega a Lei, mas a completa (Mt 5:17-48), nos convidando a um amor que supera a lei do “olho por olho, dente por dente” e nos desafia a amar até mesmo os nossos inimigos.

Ao falar sobre a oração, Jesus nos orienta a buscar um relacionamento íntimo e sincero com Deus, longe da hipocrisia e ostentação dos religiosos de sua época (Mt 6:5-15). Ele nos ensina a orar ao Pai com simplicidade, confiança e submissão, buscando antes de tudo o Seu reino e a Sua justiça.

No que se refere aos tesouros na terra, Jesus nos adverte sobre os perigos da ganância e do materialismo (Mt 6:19-24). Ele nos convida a buscar um tesouro incorruptível nos céus, que não sofre a ação do tempo e nem pode ser roubado. Em suas palavras, onde está o nosso tesouro, aí estará o nosso coração.

Quanto ao julgamento do próximo, Jesus nos adverte contra a tendência humana de apontar os erros alheios e ignorar os nossos próprios (Mt 7:1-5). Devemos, antes de tudo, buscar corrigir nossas falhas antes de tentar corrigir as dos outros.

Jesus encerra o Sermão da Montanha com um forte apelo à prática dos seus ensinamentos. O verdadeiro discípulo não é apenas aquele que ouve as palavras de Jesus, mas quem as coloca em prática (Mt 7:24-27). Como uma casa construída sobre a rocha, quem ouve e pratica as palavras de Jesus permanecerá firme, mesmo diante das tempestades da vida.

Em suma, o Sermão da Montanha nos convida a viver uma vida de profunda transformação interior, que se reflete em uma prática exterior condizente com os valores do Reino de Deus. A vida proposta por Jesus é exigente, mas traz consigo a promessa de verdadeira felicidade e realização.

Assim, que o estudo do Sermão da Montanha não se limite à mera leitura ou reflexão intelectual, mas se traduza em uma vida vivida segundo os princípios do Reino de Deus. Que possamos, a cada dia, buscar ser o sal da terra e a luz do mundo, influenciando positivamente a sociedade em que vivemos e refletindo em nossas vidas a glória do Deus que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.

Pr. Rilson Mota

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