Pr. Rilson MotaPr. Rilson Mota

Desenvolvimento do Sermão: “A Grande Tribulação: Um Alerta Divino à Humanidade”

No meio da agitação e tumulto deste mundo, o Senhor nos alerta por meio de Sua Palavra sobre eventos catastróficos que estão por vir. Em Mateus 24:21-22, Jesus adverte sobre um período de tribulação “tal que nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá”. Essa não é uma mera aflição passageira; é a “Grande Tribulação”, uma época de sofrimento e provação como nunca vista. O profeta Isaías, em sua visão, ecoa essa gravidade, dizendo que Deus “punirá o mundo por sua maldade” (Is 13:11). E no Apocalipse, João, o amado discípulo, vislumbra um vasto mar de almas que “vieram da grande tribulação” (Ap 7:13-14).

Estas são apenas algumas das inúmeras passagens bíblicas que nos dão uma visão da profundidade e da gravidade deste período. A Bíblia, nosso farol de verdade e esperança, nos ilumina sobre esses dias tenebrosos, não para nos assustar, mas para nos preparar e instilar em nós uma urgência em compartilhar a esperança de Cristo com os que estão perdidos. Convido a todos a se juntarem a mim nesta jornada através das Escrituras, para descobrir e compreender o que Deus, em Sua misericórdia e graça, revelou sobre este período iminente e como podemos encontrar esperança e refúgio Nele.

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Tópico 1: O que é a Grande Tribulação?

A Grande Tribulação é frequentemente descrita como um período de intenso sofrimento e juízo divino que ocorrerá antes do retorno de Cristo e da inauguração do Seu reino milenar. Ela é única, não apenas pelo seu grau de severidade, mas também pelo seu propósito divino específico.

  1. Um Tempo Sem Precedentes: Jesus foi enfático ao descrever a Grande Tribulação em Mateus 24:21, dizendo que “porque naquele tempo haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá”. O grau de calamidade durante esse período é algo que a humanidade nunca testemunhou.
  2. Juízo Divino: Em todo o Antigo Testamento, vemos exemplos de juízo divino sobre nações e povos devido à sua rebelião contra Deus. A Grande Tribulação representa o ápice do juízo de Deus sobre a humanidade. Em Apocalipse 6, os selos abertos pelo Cordeiro desencadeiam eventos catastróficos, retratando claramente a ira de Deus sendo derramada sobre a Terra.
  3. Purificação e Arrependimento: Embora a Tribulação seja um tempo de juízo, também é um tempo para purificação e arrependimento. Daniel 12:10 nos diz: “Muitos serão purificados, embranquecidos e refinados; mas os ímpios procederão impiamente; nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão”. Durante esse período, muitos buscarão a Deus e encontrarão salvação em meio à aflição.
  4. Um Eco dos Profetas: Os profetas do Antigo Testamento frequentemente falaram de um “dia do Senhor” — um tempo de juízo e restauração. Por exemplo, Joel 2:1-2 descreve: “Toquem a trombeta em Sião e soem o alarme no meu santo monte. Tremam todos os habitantes da terra, pois o dia do Senhor está chegando; está próximo, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão.”
  5. Conflito Espiritual: Efésios 6:12 nos lembra que nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades. Durante a Tribulação, essa realidade espiritual será ainda mais evidente. Satanás e seus demônios operarão abertamente, culminando na revelação do Anticristo e do Falso Profeta (2 Tessalonicenses 2:3-4).

Em resumo, a Grande Tribulação é um período determinado na história da humanidade, onde o juízo de Deus é derramado, mas também onde muitos encontrarão a salvação. É um testemunho da santidade e justiça de Deus, bem como de Sua misericórdia e desejo de que todos se voltem para Ele.

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Tópico 2: Quando ocorrerá a Grande Tribulação?

Entender o momento da Grande Tribulação é fundamental para compreender o plano divino para o fim dos tempos. O período de sete anos, conhecido como a Grande Tribulação, está profundamente enraizado nas profecias bíblicas, e seu início e conclusão são eventos-chave no cronograma escatológico.

  1. Logo Após o Arrebatamento: Em 1 Tessalonicenses 4:16-17, Paulo descreve um evento surpreendente: “Pois o próprio Senhor descerá dos céus com um grito de comando, com a voz do arcanjo e com o toque da trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para encontrarmos o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.” Este arrebatamento da Igreja é frequentemente entendido por muitos teólogos como o evento que antecede imediatamente a Tribulação.
  2. Setenta Semanas de Daniel: Em Daniel 9:24-27, temos a profecia das setenta semanas. Este é um dos textos mais detalhados sobre o momento do fim dos tempos. Daniel fala de um período de “setenta semanas”, que muitos estudiosos interpretam como setenta semanas de anos, totalizando 490 anos. Destes, 483 anos já ocorreram, deixando um período de sete anos – a Grande Tribulação.
  3. A Manifestação do Anticristo: A Tribulação começará oficialmente quando o Anticristo fizer um pacto de paz com Israel, conforme indicado em Daniel 9:27. No entanto, na metade da Tribulação, ele quebrará esse tratado e se oporá a Israel, marcando um período ainda mais intenso de perseguição e sofrimento.
  4. Os Sinais dos Tempos: Enquanto Jesus nos adverte em Mateus 24:36 que “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”, Ele também nos encoraja a estar atentos aos sinais dos tempos (Mateus 24:3-14). Guerras, rumores de guerras, fomes, pestes e terremotos são apenas alguns dos sinais que precedem a Tribulação.
  5. Um Chamado à Vigilância: Embora a exatidão do tempo da Tribulação permaneça um mistério, os cristãos são chamados a estar vigilantes. Lucas 21:36 nos exorta: “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem.”

Em resumo, enquanto não podemos determinar a data exata da Grande Tribulação, a Bíblia fornece muitos sinais e profecias que nos dão uma compreensão clara de sua iminência. A instrução é clara: devemos estar preparados e vigilantes, pois “o Filho do homem virá numa hora em que não penseis” (Mateus 24:44).

Tópico 3: A Manifestação do Falso Profeta

A figura do Falso Profeta é uma das mais intrigantes e alarmantes nas profecias do fim dos tempos. Atuando como um fiel aliado do Anticristo, o Falso Profeta tem um papel determinante no engano global que caracteriza a Grande Tribulação.

  1. Uma Segunda Besta: Em Apocalipse 13:11, João descreve sua visão de uma segunda besta que surge da terra. Esta besta é muitas vezes identificada pelos estudiosos como o Falso Profeta. “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão.”
  2. Poderes Milagrosos: Esta figura não apenas apoia o Anticristo, mas também exerce grande poder. Conforme descrito em Apocalipse 13:13-14, o Falso Profeta pode realizar milagres enganosos para confundir e enganar: “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra por meio dos sinais que lhe foi permitido operar na presença da besta…”
  3. Impondo a Marca da Besta: O Falso Profeta tem um papel central na implementação da famosa “Marca da Besta”. Conforme Apocalipse 13:16-17, ele impõe esta marca e proíbe qualquer transação comercial sem ela: “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes seja posto um sinal na mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”
  4. Profecias Antigas: O conceito de líderes enganadores não é exclusivo do Novo Testamento. O Antigo Testamento também prevê a vinda de falsos profetas. Em Deuteronômio 13:1-3, somos advertidos sobre aqueles que mostram sinais e maravilhas para nos desviar do verdadeiro Deus.
  5. Julgamento Divino: Assim como o Anticristo, o destino do Falso Profeta é predito e selado. Apocalipse 19:20 nos conta: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta… Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.”

A emergência do Falso Profeta, com sua capacidade de enganar e impressionar através de milagres e sinais, reforça a necessidade de discernimento espiritual nos últimos dias. Os crentes são chamados a “provar os espíritos se são de Deus” (1 João 4:1) e a se apegar firmemente à verdade das Escrituras para não serem levados por enganos.

Tópico 4: A Existência de um Governo Único

A ideia de um governo global unificado tem sido objeto de especulação, tanto no âmbito teológico quanto no secular. No cenário escatológico, essa unificação tem implicações profundas e serve como um mecanismo de controle total durante a Grande Tribulação.

  1. A Besta e o Poder Global: Em Apocalipse 13:7, a besta é dada autoridade sobre todas as tribos, povos, línguas e nações. “E foi-lhe concedido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e língua, e nação.” Este domínio global sem precedentes indica um tipo de sistema de governo mundial.
  2. Conformidade Econômica: Apocalipse 13:16-17 descreve como ninguém poderia comprar ou vender a menos que tivesse a marca da besta. Este tipo de controle econômico implica um sistema financeiro globalizado e unificado.
  3. Unificação através do Engano: Em Daniel 8:25, o chifre pequeno (geralmente associado ao Anticristo) causa engano e prospera, “pela sua prudência também fará prosperar o engano na sua mão; e no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança…”.
  4. Oposição à Adoração Verdadeira: Em 2 Tessalonicenses 2:4, o homem do pecado (outra referência ao Anticristo) é descrito como aquele que se opõe a Deus e se exalta acima de tudo que é chamado Deus ou é objeto de adoração. Esse tipo de blasfêmia sugere um sistema global que não apenas unifica o governo e a economia, mas também a religião.
  5. Reunião das Nações: Em várias passagens, como Zacarias 14:2 e Apocalipse 16:14, as nações do mundo são reunidas para batalha, sugerindo uma coordenação ou aliança global. “Porque eu ajuntarei todas as nações para a batalha contra Jerusalém…”

A perspectiva de um governo único global é uma que deveria levar os crentes a uma vigilância intensificada. Em meio à globalização crescente do nosso tempo, é crucial que os cristãos estejam ancorados na verdade bíblica e resistam a qualquer forma de conformidade que comprometa sua fidelidade ao Senhor. A promessa da soberania de Deus e a esperança da volta de Cristo são o antídoto contra o medo que tal cenário pode trazer. Como está escrito em Romanos 8:31, “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”.

Tópico 5: O Juízo de Deus sobre o Mundo

A Bíblia é clara ao longo de suas páginas sobre a natureza justa e santa de Deus, e como Ele não tolera o pecado. Durante a Grande Tribulação, essa santidade e justiça são manifestadas de maneira acentuada através de juízos diretos sobre a Terra. Este período é uma demonstração vívida da resposta de Deus à rebelião humana e à iniquidade.

  1. O Começo dos Juízos: Em Apocalipse 6, os selos são abertos um a um pelo Cordeiro. A abertura destes selos desencadeia uma série de juízos terríveis sobre a Terra, desde falsos cristos e guerras até fome e morte (Apocalipse 6:1-8).
  2. A Terra e o Céu Afetados: Com a abertura do sexto selo, há um grande terremoto; o sol torna-se negro e a lua torna-se como sangue. Estrelas caem do céu e o céu recua (Apocalipse 6:12-14). Estes não são meros eventos naturais, mas manifestações sobrenaturais do juízo de Deus.
  3. Os Juízos das Trombetas: Após o sétimo selo ser aberto em Apocalipse 8, sete anjos recebem sete trombetas. Com o tocar destas trombetas, uma série de novos juízos são desencadeados sobre a Terra, afetando a terra, a água, o céu e até mesmo os seres humanos (Apocalipse 8-9).
  4. O Derramamento das Taças: O clímax dos juízos de Deus é encontrado em Apocalipse 16, onde sete anjos derramam sete taças de ira sobre a Terra. Estes juízos são extremamente severos e afetam diretamente aqueles que se opõem a Deus (Apocalipse 16:1-21).
  5. Razão dos Juízos: Em Romanos 1:20-21, Paulo escreve que, embora a criação declare a glória de Deus, a humanidade tem consistentemente rejeitado esse conhecimento, tornando-se fútil em seus pensamentos e corações obscurecidos. Estes juízos, então, são uma resposta direta à rejeição contínua de Deus e à rebelião da humanidade.

Estes juízos, embora terríveis, são também um testemunho da misericórdia de Deus. Em meio a eles, a oferta de salvação ainda é estendida. Em Apocalipse 14:6-7, um anjo proclama o evangelho eterno a todos os habitantes da terra, chamando-os ao arrependimento. Mesmo em Sua justiça, Deus deseja que todos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3:9).

O juízo de Deus é uma realidade que todos os crentes devem levar a sério. Em meio às provações e tribulações desta vida, é vital lembrar que nossa esperança está firmemente ancorada em Jesus, que nos resgatou da ira vindoura (1 Tessalonicenses 1:10).

Conclusão

Confrontados com as vívidas descrições dos juízos de Deus durante a Grande Tribulação, não podemos deixar de refletir sobre a seriedade e a gravidade do pecado humano aos olhos de Deus. Tais acontecimentos, por mais sombrios e perturbadores que sejam, sublinham a justiça de Deus e Seu compromisso inabalável com a retidão.

Mas aqui reside uma verdade essencial: enquanto a ira de Deus se manifesta poderosamente durante a Tribulação, sua misericórdia e amor permanecem inigualáveis. Ele continuamente estende a mão, mesmo nos piores momentos da história humana, oferecendo salvação e misericórdia a todos os que se arrependem e se voltam para Ele (João 3:16).

No entanto, esta fase da história também nos serve como um lembrete claro: um futuro sem Cristo é um futuro de grande tribulação e separação eterna de Deus. Em Mateus 24:21-22, Jesus alerta sobre a intensidade da Tribulação, afirmando que “nunca houve um período tão terrível, nem jamais haverá”. Essas palavras, vindo da própria boca de Cristo, são tanto um aviso quanto um convite a uma relação restaurada com Ele.

Em 2 Coríntios 6:2, Paulo escreve: “Pois ele diz: ‘Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação’. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” Cada dia é uma oportunidade para se reconciliar com Deus, para se proteger da ira vindoura e para entrar no eterno reino de amor e paz de Cristo.

A Grande Tribulação serve como um espelho para a humanidade – refletindo a profundidade de nossa depravação e a extensão da justiça divina. Mas, acima de tudo, revela a imensurável misericórdia de um Deus que, até nos momentos mais sombrios, anseia que nos voltemos para Ele.

Que este sermão sirva não apenas como um aviso sobre o que está por vir, mas também como um chamado urgente para abraçar o amor redentor de Cristo, evitando assim a calamidade final e experimentando a plenitude da vida eterna com Ele. Porque, em meio à tribulação, a promessa ressoa: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13).

PR. Rilson Mota

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