introdução:
“O arrebatamento é uma das doutrinas mais fascinantes e debatidas do Cristianismo. Compreendê-lo e preparar-se para ele é essencial para todo crente. Percorramos juntos as Escrituras para entender mais profundamente esse evento tão crucial.”
Desenvolvimento da Introdução:
Em um mundo repleto de incertezas e desafios, a promessa do arrebatamento nos oferece uma esperança única: a esperança de que, não importa quão tempestuosas se tornem as coisas ao nosso redor, Deus tem um plano divino de redenção e união final com Seu povo. Esta doutrina tem provocado discussões e até controvérsias ao longo dos séculos. Alguns veem nela um símbolo de esperança e consolo, enquanto outros a questionam ou interpretam de diferentes maneiras.
Mas o que é inegável é o peso que as Escrituras dão a esse ensinamento. A Bíblia não apenas menciona o arrebatamento, mas nos dá detalhes sobre como ele acontecerá, quem estará envolvido e o que podemos esperar após esse evento extraordinário. É um tema que tem implicações profundas para a vida de cada crente: como vivemos nossos dias na Terra, como nos preparamos para o futuro e como nos relacionamos com Deus e com os outros.
Por isso, é crucial não apenas conhecer esta doutrina, mas compreendê-la corretamente e permitir que ela forme e molde nossa fé e conduta diárias. Que possamos, juntos, mergulhar nas verdades das Escrituras e descobrir a riqueza que elas têm para oferecer sobre este tema tão vital.
Tópico 1: A Incerteza do Momento
A natureza imprevisível e repentina do arrebatamento é um tema consistente em toda a Escritura. Isso nos convida a uma vida de vigília constante e expectativa.
• A Surpresa do Arrebatamento: Mateus é enfático ao mencionar que não saberemos o dia nem a hora em que o Filho do Homem virá (Mateus 24:36,44). Este ponto é crucial para compreender a natureza do arrebatamento. O apóstolo Paulo reforça essa ideia ao descrever o arrebatamento como um evento que acontecerá “num momento, num abrir e fechar de olhos” (1 Coríntios 15:52). A comparação com os dias de Noé em Mateus 24:37 não é apenas uma referência ao caráter súbito da vinda de Jesus, mas também uma advertência sobre o estado de despreparo e distração da humanidade.
• Sempre Vigilantes: Jesus enfatizou a necessidade de estarmos sempre em alerta e preparados para a Sua vinda. O convite à vigilância não é apenas um chamado para observar os céus, mas para cultivar um coração pronto e um espírito atento. A parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13) reforça a mensagem de que muitos podem ser pegos de surpresa. Enquanto cinco virgens estavam preparadas com óleo em suas lâmpadas, as outras cinco foram pegas despreparadas. “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mateus 25:13). Marcos também destaca a mesma ideia, reforçando a imprevisibilidade do momento e a necessidade de vigília (Marcos 13:32).
Aplicações Práticas:
Viver com a expectativa do arrebatamento não significa paralisar nossas vidas, mas sim, viver de forma intencional e com propósito. Assim como as virgens sábias estavam preparadas, cada crente deve manter seu relacionamento com Cristo vivo e ativo, através da oração, do estudo da Palavra e de uma vida consagrada.
O apóstolo Pedro, ao falar sobre o fim dos tempos, questionou: “Visto que todas essas coisas têm de ser desfeitas, de que sorte de pessoas é necessário que sejais em atos santos de conduta e em obras de devoção piedosa?” (2 Pedro 3:11). O iminente retorno de Cristo é, assim, não apenas uma doutrina, mas uma motivação para uma vida piedosa e uma esperança que purifica (1 João 3:3).
Tópico 2: A Natureza do Arrebatamento
A promessa do arrebatamento é um dos ensinamentos mais misteriosos e esperados da fé cristã. As Escrituras nos fornecem uma visão clara de como será esse evento, dando-nos uma imagem da grandiosidade da promessa de Deus aos Seus seguidores.
• Transformação Repentina: Paulo, na primeira carta aos Coríntios, fornece uma visão vívida de como será o arrebatamento. Ele descreve: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Coríntios 15:51-52). Este é um retrato de uma transformação repentina, um ato divino que transcende a compreensão humana. Em Romanos, Paulo fala sobre a esperança da redenção de nosso corpo (Romanos 8:23), que será realizado nesse momento de transformação.
• Um Encontro nos Céus: O apóstolo Paulo, em sua carta aos Tessalonicenses, nos dá um dos relatos mais detalhados do arrebatamento: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:16-17). Estas palavras transmitem esperança e conforto, especialmente para aqueles que perderam entes queridos em Cristo. A promessa é clara: haverá um reencontro glorioso no céu.
• A Realidade da Vinda de Cristo: Em Atos, após a ascensão de Jesus, dois anjos aparecem aos discípulos e declaram: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:11). A promessa é inequívoca. Assim como Jesus subiu ao céu, Ele voltará. O arrebatamento é parte dessa promessa gloriosa da segunda vinda de Cristo.
Este tópico reafirma a natureza sobrenatural e gloriosa do arrebatamento. É uma esperança que sustenta os crentes através de tribulações e sofrimentos, sabendo que Deus tem um plano glorioso para reunir Seus filhos a Ele. E, como Pedro nos lembra, devemos “aguardar e apressar a vinda do dia de Deus” (2 Pedro 3:12), vivendo vidas de santidade e piedade.
Tópico 3: Quem Participará e Quem Será Deixado
O arrebatamento, como claramente evidenciado na Escritura, envolve uma distinção entre aqueles que serão levados e aqueles que serão deixados para trás. Este é um ponto crucial que não só fala sobre o destino eterno, mas também sobre a vida que levamos aqui na Terra.
• Os Dignos Serão Levados: Jesus, em Seus ensinamentos, nos alerta sobre a importância de estar sempre preparados. Ele diz: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36). Esta exortação é um chamado ao compromisso constante com Deus, mantendo-se fiel a Ele, apesar das distrações e desafios da vida. O salmista também escreve sobre a busca pela retidão: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem estará no Seu lugar santo? O que é limpo de mãos e puro de coração” (Salmo 24:3-4).
• Dois num Campo, Um Será Levado: A natureza súbita do arrebatamento é novamente enfatizada por Jesus ao referir-se à sua imprevisibilidade: “Então, dois estarão no campo: um será tomado, e deixado o outro; duas estarão a moer no moinho: uma será tomada, e deixada a outra” (Mateus 24:40-41). Assim como nos tempos de Noé, quando o dilúvio veio de forma inesperada para muitos, o arrebatamento ocorrerá em meio à rotina diária, separando os justos dos injustos (Gênesis 7:7).
• Guardados da Hora da Provação: As cartas às igrejas no livro do Apocalipse revelam promessas e advertências aos crentes. Para a igreja de Filadélfia, que permaneceu fiel, Jesus promete: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra” (Apocalipse 3:10). Essa passagem reflete a ideia de que aqueles que permanecem firmes em sua fé, apesar das adversidades, serão guardados dos tempos mais difíceis que precedem a vinda do Senhor.
Aplicações Práticas:
A promessa do arrebatamento não deve ser vista apenas como um escape das tribulações, mas como um chamado à santidade e fidelidade a Deus. Em 2 Pedro, somos lembrados de que devemos ser “diligentes para serem achados por ele sem mácula, e irrepreensíveis em paz” (2 Pedro 3:14). A natureza súbita do arrebatamento nos ensina a viver cada dia como se fosse o último, buscando sempre agradar a Deus em todas as áreas de nossas vidas.
Tópico 4: O Estado do Mundo e os Deixados para Trás
A Bíblia nos oferece muitas visões sobre a condição do mundo nos últimos dias. E, assim como os sinais precederam os grandes eventos do passado, existem sinais claros que antecedem o arrebatamento e os eventos que se seguirão.
• Como nos Dias de Noé: Jesus, em Seu sermão profético, compara os tempos anteriores ao arrebatamento aos dias de Noé: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mateus 24:38-39). Este é um aviso poderoso de que muitos estarão distraídos pelos prazeres e preocupações da vida cotidiana e não estarão preparados para o retorno de Cristo. É um paralelo com Gênesis, onde vemos que a humanidade estava tão mergulhada em sua maldade que foi pega de surpresa pelo dilúvio, um julgamento divino (Gênesis 6:5-7).
• Dia do Senhor: O apóstolo Pedro também nos dá uma imagem aterradora do que esperar após o arrebatamento, especialmente para aqueles que permanecem na Terra. “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pedro 3:10). Esta descrição vívida retrata um cenário de devastação e julgamento. A ideia de que o “Dia do Senhor” virá “como um ladrão” é repetida várias vezes nas Escrituras, indicando a surpresa e o caráter inesperado deste dia para muitos (1 Tessalonicenses 5:2).
Aplicações Práticas:
O estado do mundo antes e depois do arrebatamento é um lembrete para todos nós de que a nossa verdadeira esperança não está nas coisas temporais deste mundo. Em vez de sermos consumidos pelas distrações e tentações da vida, devemos focar nossa atenção em Deus e na eternidade. O profeta Isaías nos lembra: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem as mais altas do povo da terra. A terra foi profanada pelos seus habitantes” (Isaías 24:4-5). Estar ciente dos tempos e permanecer vigilante em nossa fé nos ajuda a estar preparados para o retorno de Cristo e a viver uma vida que honre a Deus.
Tópico 5: Preparando-se para o Arrebatamento
Em face dos eventos vindouros e da promessa do arrebatamento, a questão mais urgente que cada crente deve se fazer é: “Como posso estar preparado?”. As Escrituras não nos deixam no escuro sobre isso, fornecendo princípios claros para viver uma vida que esteja em alinhamento com a vontade de Deus.
• Caráter Interior: Jesus ensinou que o Reino de Deus não vem com aparência exterior: “E, sendo perguntado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior” (Lucas 17:20). Esta poderosa declaração ressalta a importância do caráter interior. Não é suficiente apenas realizar atos externos de piedade ou religiosidade. Deus examina o coração (1 Samuel 16:7). Assim, é imperativo cultivar um coração que genuinamente anseia e busca a Deus, vivendo os valores e princípios do Reino em nossa vida diária. O Salmo 51:10 reflete esse desejo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável”.
• A Esperança dos Fiéis: Paulo, em sua carta a Tito, fala da bendita esperança e da manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus (Tito 2:13). Esta esperança não é passiva, mas influencia ativamente nosso modo de vida. João nos diz que “todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro” (1 João 3:2-3). A verdadeira esperança na volta de Jesus nos leva a uma vida de santidade e retidão. Da mesma forma, o escritor de Hebreus nos encoraja a “procurar a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).
Aplicações Práticas:
O arrebatamento é mais do que apenas um evento futuro; é um chamado para viver hoje com paixão e propósito. Como o apóstolo Paulo nos lembra, devemos nos esforçar para “não sermos condenados juntamente com o mundo” (1 Coríntios 11:32). Portanto, cada dia deve ser uma oportunidade para crescer em intimidade com Deus, permitindo que o Espírito Santo nos transforme à imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18). Esta preparação não só nos assegura um lugar no arrebatamento, mas também nos permite viver uma vida abundante aqui e agora.
Conclusão: O Chamado à Prontidão e Intimidade com Deus
Diante da grandiosidade do arrebatamento e dos eventos proféticos que as Escrituras nos apresentam, somos confrontados com um chamado divino a viver em prontidão. Não é apenas uma espera passiva, mas uma busca ativa por crescer em nosso relacionamento com Deus e em conformidade com a Sua vontade.
O profeta Amós nos alerta: “Preparai-vos para encontrar o vosso Deus” (Amós 4:12). Este encontro não é apenas um evento futuro, mas uma realidade diária que todos os crentes são chamados a experimentar. Cada dia é uma oportunidade para buscar a face de Deus, para se arrepender de nossos pecados e se alinhar mais estreitamente com Sua vontade.
O apóstolo Tiago nos encoraja a nos aproximarmos de Deus, e Ele se aproximará de nós (Tiago 4:8). Esta é a chave para a prontidão. A intimidade com Deus, através da oração, estudo da Palavra e obediência, é o que nos preparará para o arrebatamento. E enquanto nos preparamos, temos a promessa de que Ele estará conosco: “E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20).
Por fim, somos lembrados das palavras de Jesus no Apocalipse: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Apocalipse 3:11). Com a certeza da Sua vinda, devemos guardar com zelo nossa fé, esperança e amor, permanecendo fiéis até o fim.
Que este sermão não seja apenas uma reflexão intelectual, mas um chamado ao coração. Que cada um de nós responda com um compromisso renovado de buscar a Deus e de viver de uma maneira que reflita a esperança e a certeza da Sua promessa de nos levar para casa.
Amém.
Pr. Rilson Mota
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